Levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que 11 estados brasileiros sofrerão ‘apagão demográfico’ nos próximos anos. Porém, Mato Grosso do Sul está na contramão das estatísticas e, figura entre os 6 estados com incremento no número de habitantes, mesmo que o crescimento seja pequeno. O estudo prevê que sejam mais 172,2 mil pessoas vivendo no Estado nos próximo 45 anos, o equivalente a mais 3,8 mil pessoas por ano.
Atualmente a população total no Estado é de 2,9 milhões, com projeção de chegar a 3,2 milhões em 2052. A partir de 2053, a população diminuirá até atingir 3,09 milhões em 2070.
Investimentos econômicos e o contraste nacional – A estimativa de crescimento populacional caminha em descompasso com a expansão econômica do Estado, tendo como iniciativas a Rota Bioceânica, a instalação de fábricas de celulose e investimentos em economia verde, especialmente na produção de biodiesel. Com isso, o Governo do Estado aposta em um cenário bem mais acelerado.
Em entrevista ao Campo Grande News em 22 de julho, o titular da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, disse acreditar que Mato Grosso do Sul deve ultrapassar essa projeção, com números maiores. “Vamos ter indústrias de celulose, aumento de frigorífico, aumento de estrutura, aumento de bioenergia, temos crescimento de 5% do PIB. Nós não temos uma taxa, mas esse cenário indica um crescimento populacional superior a esse projetado pelas regras, focado na migração. A ideia é da fixação dessas pessoas em Mato Grosso do Sul. Esse cenário cria uma possibilidade de aumentar o número de residentes no estado de Mato Grosso do Sul”, pontuou.
Verruk aponta ainda que estes dados estão estatisticamente corretos e servem como base para se ter o número oficial da população e eleitores, por exemplo. “É comum ouvir nos municípios ‘aqui tem mais gente’, ‘tem muita estrutura’, mas é importante colocar que essa população volante dos grandes projetos, não imputa como população sul-mato-grossense, porque são pessoas de outros estados que vão estar transitoriamente aqui”, pontuou.
Mato Grosso do Sul tem uma baixa densidade populacional, com 75% da população focada em dez municípios. “Percebe claramente que existe uma concentração da população e as taxas de crescimento das cidades maiores são superiores às das pequenas cidades. A tendência, do ponto de vista de médio e longo prazo, é aumentar a população concentrando nas cidades maiores”, completou Verruck.
Com isso, uma das estratégias que o Governo do Estado utiliza, por meio do MS Ativa, é oferecer infraestrutura adequada aos municípios menores, a fim de manter essas pessoas nas cidades e evitar que se mudem.
O Brasil deverá atingir o pico populacional em 2041, com aproximadamente 220,4 milhões de habitantes, e então iniciar uma trajetória de queda que levará o total a 199,2 milhões em 2070. A freada decorre de menos nascimentos, envelhecimento acelerado e migração de saída em boa parte do território.
Os Estados com projeções positivas são Santa Catarina, com mais 2.3 milhões, Mato Grosso, com 1,4 milhão, Goiás, com 901,5 mil, Amazonas com 385,3 mil, Roraima com 335,9 mil. Mato Grosso do Sul aparece com os menores números nessa parte positiva da tabela, sendo o último no ranking de crescimento.
Metrópoles, São Paulo deve perder 5,4 milhões de habitantes, e o Rio de Janeiro outros 2,7 milhões. Proporcionalmente, o Rio Grande do Sul tende a encolher quase 19 %.
Assessoria de Imprensa Amigos da Cidade Morena
Foto: Saul Schramm