Desde que os carros reais começaram a se popularizar no início dos anos 1900, surgiram também suas versões em miniatura, que encantaram crianças ao redor do mundo. Essas pequenas réplicas alimentavam o sonho de ter um automóvel de verdade, além de exibir a beleza e a funcionalidade dos veículos em escala reduzida.
Na década de 1910, o chumbo substituiu o metal fundido por ser mais fácil de moldar. Mais tarde, o latão trouxe leveza às peças, o que deu um grande impulso, ajudado pelos modelos de plástico, e com isso ganharam o mundo.
O que começou como brincadeira de criança, ao longo do tempo foi conquistando também os adultos e se firmando como um dos hobbies mais envolventes e satisfatórios.
Marcas que impulsionaram o colecionismo
O mercado das miniaturas ganhou força com marcas icônicas como Matchbox, fundada em 1953, e Hot Wheels, que surgiu em 1968. Ambas elevaram o nível de qualidade e tornaram os carrinhos mais acessíveis. Atualmente, além dessas marcas que pertencem à americana Mattel, nomes como Maisto, Mini GT, Majorette, Greenlight e Johnny Lightning se destacam pela variedade de modelos. Para os colecionadores mais casuais, marcas como Candide, com sua linha Steel Car, também ocupam espaço nas prateleiras das lojas.
O colecionismo na Cidade Morena
Campo Grande também abraçou a febre das miniaturas. Hoje, a cidade conta com encontros presenciais e grupos no WhatsApp dedicados ao colecionismo, onde aficionados realizam intensas negociações envolvendo compras, vendas e trocas de carrinhos.
As feiras culturais, como a Praça da Bolívia, a Borogodó (na Coophafé) e a Bosque da Paz (no Carandá Bosque), frequentemente apresentam barracas com miniaturas à venda. Lojas tradicionais de brinquedos, por sua vez, promovem eventos especiais, como a abertura de caixas de novos lotes, convidando colecionadores para conferir as novidades em primeira mão.
a esposa Daniele e Carlin
Um ícone local: Carlin e o mundo das miniaturas
José Carlo Cerveira, mais conhecido como Carlin, expositor assíduo em feiras culturais da cidade, é uma referência no colecionismo local. Ele não apenas comercializa miniaturas, mas também administra o grupo Carlin Colecionáveis 1:64 no WhatsApp. Esse espaço reúne entusiastas para compartilhar informações, realizar negociações e difundir o amor pelas miniaturas.
Para entender melhor essa paixão, Carlin compartilhou detalhes sobre sua trajetória como colecionador e revelou curiosidades sobre o grupo que administra. Confira a entrevista:
Como começou o seu interesse por miniaturas?
Comecei a colecionar em 1979, aos 6 anos de idade, quando em uma viagem de família à Pedro Juan Caballero, no Paraguai, fui pela primeira vez na Casa China e Casa Dos Pueblos e ganhei de presente da minha mãe e dos meus avós, 5 ou 6 miniaturas da Matchbox que eu mesmo escolhi durante esta viagem.
Qual foi a primeira miniatura da sua coleção e como você a adquiriu?
As primeiras foram essas 5 ou 6 da marca Matchbox, compradas na Casa China e Casa Dos Pueblos, no Paraguai. Escolhi todos por serem miniaturas de Stock Car.
O que te inspirou a criar o grupo de trocas e rifas no WhatsApp?
A criação do grupo veio após inúmeras viagens para participar de encontros de colecionadores em Curitiba, Londrina, Florianópolis, São Paulo, onde vivi e vi um mundo gigantesco de oportunidades em adquirir minis com colecionadores no mundo todo.
Viajar aos encontros nos abre a mente para o colecionismo e os contatos vêm junto. Hoje tenho amigos colecionadores em diversos países pelo mundo, alguns conheci pessoalmente e outros apenas por WhatsApp e redes sociais.
do Auto Car Pub
Como funciona, basicamente, o grupo? Como é possível fazer parte deste grupo?
O grupo é exclusivamente para difundir o colecionismo, comercializar miniaturas e trazer informações de lançamentos e eventos, ficando exclusivo ao administrador do grupo as rifas, embora sejam bem poucas, pois não tenho muito apreço por este tipo de venda. Prefiro caçar as minis raras para os amigos que me solicitam, devido ao grande leque de pessoas com quem tenho contato.
A participação no grupo é para aqueles que desejam conhecer e colecionar miniaturas, onde poderão tirar dúvidas e encontrar miniaturas raras, inclusive raras até mesmo no lançamento de novos lotes. É um hobby muito saudável e principalmente familiar. Para entrar no grupo é através de solicitação comigo no WhatsApp (67) 99849-0812 Carlin ou com meu filho no (67) 99291-7878 Vitor Augusto.
O que você considera mais valioso ou especial em sua coleção?
Considero muito valioso em minha coleção as miniaturas do meu início, exatamente as que citei no princípio de nossa conversa, porque foi ali o meu primeiro encontro com o Mundo Diecast 1:64, pois na minha cidade natal, Dourados, ainda não tinha este tipo de brinquedos na década final de 1970 e início de 1980, e foi muito gratificante ver minis de carros reais com 6 anos de idade com um tamanho que eu desconhecia, pois naquela época todos os brinquedos que tínhamos acesso eram da marca Estrela no Brasil e esta viagem ao Paraguai me abriu um novo mundo para viver as aventuras que o colecionismo traz até hoje para minha vida.
Na sua opinião, o que torna o colecionismo de miniaturas tão atraente para adultos?
Acredito muito que o que faz hoje em dia o colecionismo ter a proporção de atingir todas as classes sociais e colecionadores por todo o mundo, seja exatamente o fato de poder manter nossa chama de espírito puro diante de algo tão simples aos olhos de quem desconhece esse mundo, mas aos olhos dos colecionadores sempre uma chama de esperança de poder ter tantos carros quanto quiser e puder, sem ocupar o espaço de um automóvel real por exemplo, e sem ter o custo real também, o colecionismo nos faz viajar nas curvas destas miniaturas, empolga por vezes a trabalhar e distrair a mente até mesmo na individualidade de cada colecionador, em um mundo onde não existem problemas, apenas satisfação em curtir um pequeno objeto que não faz mal em nada a ninguém. Vejo o colecionismo como uma terapia que nos afasta de muitas coisas ruins deste mundo.
(Pernambucanas)
Quais são as maiores dificuldades e alegrias em ser um colecionador?
Bom, hoje em dia é unanime fixar nossas dificuldades no colecionismo em conseguir importar miniaturas pelo mundo devido às altas taxas tributadas sobre produtos importados.
As alegrias, bom, ser colecionador de minis 1:64 ou até 1:18 é viajar por vezes até mesmo com uma única miniatura na mão e sonhar em, de repente, tentar transformar aquela miniatura em um carro real para uso, pois de tantos veículos que já possuí em minha vida, alguns eu consegui realizar o sonho de ter o carro real e a miniatura, como por exemplo, tenho 2 carros reais os quais tenho as 2 miniaturas 1:64 iguais, dentre as mais de 3,8 mil ou 4 mil miniaturas que possuo hoje na minha coleção.
Colecionar miniaturas de carros e criar expectativas de conquistas para o futuro onde, de repente, você alcance adquirir por vezes até mesmo um fusca para torna-lo uma réplica de uma miniatura da Hot Wheels, como no caso da pick-up real Chevy 52 1:1, que pertencem aos Amigos Tata e Telso, da V8 Garage, e que realizei junto a amigos de colecionismo a construção de 45 unidades desta pick-up real no tamanho 1:64 e que estará disponível em nosso evento no dia 14/12/2024, durante a realização do nosso último encontro 2024 de colecionadores. Os carros reais e suas réplicas estarão lá para abrilhantar nosso hobby.
Conclusão
Para fechar a matéria, convidamos todos os amantes das miniaturas para participarem do próximo encontro, que será o quinto organizado pelo grupo do Carlin Colecionáveis, e vai movimentar o sábado lá na V8 Veículos, Av. Fernando Correa da Costa, 2075, das 10h às 17h, com entrada gratuita.
Haverá exposição e comércio de miniaturas, com destaque para a pick-up Chevy 52, em tamanho real e 45 miniaturas produzidas deste modelo, para venda.
Aproveite para conhecer este hobby tão apaixonante, com lindas miniaturas que reproduzem o amor pelos automóveis e, de quebra, fazer novas amizades entre as pessoas que praticam esse divertido passatempo.
Venha e conheça um pouco do mundo do colecionismo de veículos em miniatura, é neste sábado, 14/12, das 10h às 17h.
Editor:
Gutemberg Oliveira, o Guto, Amigo da Cidade Morena.
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